segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Gravity

Uma vez me disseram: pare de falar tanto! e hoje eu entendi...

Palavras só causam problemas.
O sábio escuta.
O Espírito deve calar para enxergar.
A paz está no silêncio.

Recolha tudo para si e entenda: a interpretação alheia distorce a verdade por trás das palavras.

Acalme e silencie.
Pense e aja.
Agora e sempre...

Que essas sejam as últimas palavras de um espírito agitado...que esse seja o início de tempos tranquilos...

domingo, 2 de setembro de 2012

Green Eyes


Parte I
“Algumas pessoas sorriem com os olhos”, ela pensava. “Que lindo”.  Ela não. Tinha olhos tristes. Sempre. Daqueles que espantam. Extremamente verdes. Com os cantinhos caídos, como se estivessem segurando a primeira gota de uma tempestade. E ela sabia. Ela sabia que seus olhos não escondiam as noites mal dormidas, os amores perdidos, as escolhas questionáveis. Seus olhos falavam o que não escapava pela boca. E ela gostava. Ou melhor, amava a transparência desses seus órgãos. Não apenas enxergavam, seus olhos gritavam. Nem o seu sorriso de canto de boca tocava tanto. Nem as suas palavras difíceis e bonitas encantavam tanto.

Parte II
Eu me encantei por ela. Desfaleci-me. Meu corpo tremia. Era ela. Perfeita. Com olhos de tormenta. Verdes. Verdes como a grama. Não. Verdes como eu nunca havia visto. Como ela era mágica, desconhecida. Onde morava essa moça que eu jamais pude encontrar? Qual a sua história. Seus olhos gritavam uma tristeza sem fim. Quem seria a causa dos seus olhos tristes? Será que um dia eles seriam capazes de sorrir?

Parte III
“Hey, telefone para você!” ouviu ela enquanto se afastava do espelho, sem entender o que havia se passado.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

In un giorno qualunque


Não.
Não pisamos os mesmo passos.
Não ocupamos o mesmo espaço.
Mas somos mais do que brilho dos olhos.

Não.
O tempo não nos foi amigo.
O tempo não nos foi digno.
Mas somos mais do que as marcas na pele.

Não.
Não temos a eternidade.
Não temos o segundo mágico.
Mas somos mais do que a cena de cinema.

Não somos.
Mas fomos.
E como fomos.
E agora o que resta são pedaços de realidade.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

It's all the good that won't come out of me


Insônia. Eu procuro as palavras. O céu laranja e a noite fria. Que palavra eu quero encontrar? Que palavra escorre pelas minhas mãos? O que eu quero tanto dizer, escancarar para o mundo? Logo eu que falo tanto. Palavras vazias, suponho. Falo tudo mas não conto nada. Todo mundo pensa que me conhece. Mas metade do que falo é vazio. É oco. Vácuo.

Aquilo que se passa na medula dos meus sentimentos não atinge o córtex. Mecanismo de defesa refinado. Proteção. Barreira. Que tesouro eu quero tanto proteger? Fato: conheço-me bem a ponto de saber que o segredo nem vale tanto trabalho. Não importa. Não interessa. Mas só assim não entrego o jogo. Só assim impeço que os sentimentos estripem o que sobra do meu corpo. Só assim vivo.

Meu corpo é cheio de marcas. Do açoite do tempo. Da indelicadeza própria. Mas é só a casca. Às vezes eu acho que sou uma matrioshka (boneca russa). E sofro ecdises. Troco de pele. Troco de vida. Troco de gente. Com isso me basto. Um café, um livro e uns óculos escuros. É que resta de uma camada para a outra.
Eu vivo em muitos mundos mas não sei quantos deles cabem em mim. Qual é a graça de ser uma só?

- algumas vezes quebram minhas pernas, chutam minha cara, pisam em meus dedos. eu sobrevivo. tenho sobrevivido. sou marcada, sim. mas faço valer cada uma das minhas cicatrizes. 

/camila jam - nomepróprio 


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Então fica resolvido: eu vou sempre discordar. Vou ser sempre do contra. Vou sempre questionar. Mas eu sempre entro e sai de casa de alma limpa e despida de preconceitos.
Eu sempre estarei indo e você vindo, mas provavelmente não vamos nos encontrar no meio do caminho: a minha urgência em chegar em algum lugar não me permite. Não trocaremos um olá seco e um olhar profundo. Talvez só uma imagem no retrovisor. E isso me basta. Pois não quebra o encantamento. Só a intimidade quebra. E ela é para poucos que entendem que eu sempre vou discordar, eu sempre vou ser do contra. O lado oposto da moeda que ninguém sabe qual é quando é lançada ao ar em um jogo de cara ou coroa probabilistico.
E a cada três ou quatro anos eu vou querer mudar tudo: jogar tudo para o alto. Roupas. Cabelo. Personalidade. Amigos. Vou querer acordar um dia numa realidade diferente. Criar uma nova rotina. Andar do outro lado da rua, com o Ipod no modo aleatório. E minha musica favorita irá tocar de repente. E eu irei encontrar pessoas incríveis de repente.

Mas não pense, meu caro, que isso é uma inconsitencia da parte. Não. Não é. É apenas o oposto disfarça. É na mudança que reside a minha constância:
"Eu não sou promiscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro."

sábado, 26 de maio de 2012

Desabafo


Hey, você! Você mulher que diz que lugar que mulher decente é esquentando a barriga no fogão e esfriando na pia, mas gasta dinheiro publico e tempo dos outros para alcançar altos níveis de escolaridade (mestrado, doutorado,...)! Por que você não cede, gentilmente, o seu lugar para alguma outra “feminista problemática” (palavras de vocês, não minhas)? Sim, porque começar e não terminar é pior do que não começar. Porque gastar dinheiro (dos outros) e não retornar à força de trabalho é muito mais trágico do que não poder fazer parte dela.
Se você acha que é necessário viver e pensar como a 2000 anos atrás, submissas e caladas, sinto muito, mas só posso perguntar: Em que planeta você vive?!
Olha, ser feminista não tira a bondade das mulheres. Não somos bruxas, não somos loucas e muito menos promiscuas e depravadas. Lutar pela igualdade de condições, financeiras ou sociais, não nos torna indignas. Pelo contrário, as roupas que usamos, a comida que consumimos certamente são bonitas e saborosas porque são NOSSAS, e não “doadas” pela “bondade” de um “homem”.
Não, não quero que ninguém jogue na minha cara que paga minhas contas. Não quero dar satisfações a ninguém sobre o que faço com o meu corpo (e, novamente, isso não significa que por esse motivo vou desrespeitá-lo)...Não!

EU QUERO HONRAR A LUTA DAQUELAS QUE, ANTES DE MIM, BATALHARAM PARA QUE EU POSSA SER COMPLETA! EU QUERO QUE MINHAS FILHAS E NETAS OLHEM PARA TRÁS E SINTAM O MESMO ORGULHO QUE EU SINTO DA MINHA MÃE E AVÓS! EU 
REALMENTE QUERO UM MUNDO MELHOR E MAIS JUSTO! E PARA ISSO SEI QUE A PRECISO LUTAR, BATER CABEÇAS, GANHAR, PERDER, SOFRER, CHORAR...
EU QUERO RESPEITO! EU NÃO QUERO OUVIR QUE POR SER MULHER E ANDAR SOZINHA AS VEZES, NÃO POSSO RECLAMAR CASO SEJA ATACADA (OU ESTUPRADA) NA RUA! E APOSTO QUE VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE SUA FILHA OUVISSE ALGO PARECIDO...
EU QUERO EXISTIR...EU QUERO SER...IGUAL, APENAS...EU...
Mas, sim, respeito todas as formas de expressão...só acho que pensar nunca é demais...

P.S.: não, não tenho a intenção de ofender ninguém com esse desabafo. Apenas acho que, uma vez que assumimos uma posição devemos deixar a ambiguidade de lado, bater no peito e falar: EU SOU!
Hoje não tem musica mas tem video interessante.

terça-feira, 15 de maio de 2012

El Paso Blues


Tempo? 

Tempo!

Tempo.

Definitivamente não o tenho. Apenas o faço. Fazer o que se ama exige tempo. E para isso criam-se horas a mais no dia. Uma hora dormida a menos hoje, duas outras amanhã... Mais um livro lido, um projeto escrito...

Não se pode reclamar das horas que escapam. Casamos com a pressa. Com a urgência. E essa, sim, exige de nós a mesma atenção de um cônjuge carente!

O tempo precisa de tempo para passar. E pra isso nos rouba a juventude, a destreza e o bom humor. 

Quem passa por quem? Eu passo pelo tempo ou ele passa por mim?

Realmente desejo que ambas sejam verdadeiras, mas receio que o tempo passa mais por mim do que eu por ele!

Pensando bem, NÃO PODE SE DIFERENTE! O tempo e a sua eterna vastidão. Eu e a minha infinitesimal existência. O elefante e a formiga! Davi e Golias da eternidade.

Não sei se quero ganhar a batalha. Ou se apenas quero o tempo companheiro de guerra...

terça-feira, 3 de abril de 2012

E se alguém interessa saber: sou bem feliz assim! Muito mais do que quem vai falar ou já falou de mim!


Eu tinha parado de escrever. Simples assim. Decidi que minhas ideias eram boas demais para essa sociedade recalcada que, muita vezes, me rodeia. É, tentei não pegar a caneta. Tentei não abrir o Word. Mas não deu. Porque partilho a mesma ideia da excelentíssima Carolina Sbaile: escrever é mais barato do que terapia. But lets face it, ninguém (eu suponho) está nadando em dinheiro. Fato  é que decidi voltar a escrever. Não por vocês. Por mim. Para manter a minha sanidade que me é muitas vezes violada por pessoas as quais eu nem imaginava que um dia iriam trair uma das LEIS que regem a minha vida: concordar nunca, discutir sempre, ofender jamais!
Minhas opiniões, muitas vezes extremas e radicais, tendem a causar cizânia nos ambientes que frequento. Mas acreditem, não é a intenção desse pobre menina do cabelo de três cores! Não! Nunca! Porque se essa fosse a intenção, a coisa seria um pouquinho diferente: menos polidez, mais ofensas, menos audição, mais fala! Mas não! Todo e qualquer ser que por alguns minutos já conversou comigo sabe: não sou igreja, nem agremiação de escola de samba para tentar arrebanhar seguidores. E eu sofro, ah, como eu sofro com a ignorância de quem não sabe que não preciso tentar doutrinar os outros. Cada um doutrina-se por si só, no momento certo, quando os olhos se abrem e enxergam um novo paradigma.
Ninguém me convenceu a ser cientista. Sou porque AMO ser alguém que pensa, discute e conclui!
Não sofri lavagem cerebral para me tornar feminista. Sou porque sinto que é necessário SER, que é necessário lutar um pouco MAIS pelo direito das mulheres, especialmente no Brasil.
Não fui doutrinada pelos meus pais para acreditar nessa ou naquela religião. Não, eles me ensinaram a ter FÉ, por que essa, junto com o amor e o conhecimento, move o mundo!!

NÃO, A SOCIEDADE NÃO ME MOLDOU!!! NÃO, A SOCIEDADE NÃO ME IMPÕE PARÂMETROS SURREAIS.
EU SOU O QUE SOU PORQUE QUERO SER. EU QUERO ABRAÇAR O MUNDO, APESAR DE QUE MUITAS VEZES ELE NÃO ME ABRAÇA DE VOLTA. EU QUERO O UNIVERSO DENTRO DE MIM PARA QUE ELE FAÇA SENTIDO FORA!

Por isso, galera do recalque: Leave Rachel alone!!
Eu continuarei assim e vocês também, portanto, economizemos energia!!

PS: Esse texto não tem endereço certo. Parem de achar que tudo tem alvo! Não é bem assim que a banda toca!!
 
Beijo!